domingo, 20 de dezembro de 2009

SENTIR A POESIA

Por Adriano Pacheco

Sentir a poesia, é sentir um mundo onde podemos estar próximos do perfeito (ideal) que, de um momento para o outro podemos afastarmo-nos, no mais pequeno deslize. Não vivemos, não caminhamos sozinhos, mas poetizamos sozinhos tal como sentimos o vento de forma solene. Os momentos solenes e poéticos são únicos, raros.

A poesia é a arte de escutar. Ir além da palavra solta e ficar nas sílabas, nos sons, no puro som onde começa a poesia. Chegar aí, é entrar no patamar onde se sente o sussurrar do vento e a erosão mansa do tempo.

Esta experiência humana transportada anos sem fim, aproxima-nos, devagar e às escuras, do horizonte poético mais fundo. Do mais profundo de nós. A seguir temos duas sensibilidades distintas na forma de sentir a poesia. Vejamos:

UM ENTRE TANTOS

***

Sou um, entre tantos

Agarrado neste alvorecer

Labirinto onde me encontro

me enleio e livre me solto

No clarão do amanhecer

***

São sinais de vida e encanto

Num povo que se quer tanto

Paxiano

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