sexta-feira, 5 de março de 2010

"DIA INTERNACIONAL DA MULHER"

É com muito prazer que publico aqui um lindo texto que me foi enviado pelo Sr. Adriano Pacheco, (grande poeta e escritor). Pessoalmente gosto da sua poesia e não deixa de ser um conterrâneo do nosso lindo concelho.

O DIA INTERNACIONAL DA MULHER- UM LONGO CAMINHO
Como vai sendo hábito, comemora-se o dia internacional da mulher a oito do corrente mês, dia em que se homenageia a mulher de todo o mundo, de todas as condições sociais, seja ela mãe, filha ou esposa. Nesta efeméride cabe toda a mulher, seja qual for a sua dimensão: mãe de idade madura onde o sentimento da maternidade é a sua grande força, ou futura mãe, jovem que carrega no seu ventre um filho que sente crescer com toda a protecção maternal. Assim como cabe e se destaca o símbolo da fecundidade que, como todos sabemos, nos humanos, pertence à mulher. Grande responsabilidade a sua!

Derivando para outro plano do tema e fazendo um pouco de história, verificamos com agrado, a sua enorme evolução dentro da sociedade nos últimos tempos. Ainda há bem poucas décadas a mulher, no nosso País, não podia ocupar certos cargos públicos, nem sequer podia exercer o direito de cidadania mais básico: votar. Hoje isso está largamente ultrapassado o que denota uma grande evolução na sociedade. Evolução esta que transborda, em muito, o âmbito restrito do ser humano, ela define e exprime, de forma clara, o estádio da sociedade que vamos construindo. Já ultrapassámos a fase do nevoeiro cinzento.

A sociedade amorfa e tacanha que bem conhecermos, nunca poderia evoluir enquanto não fosse reconhecido à mulher, direitos que só ao homem eram conferidos. Ora como todos sabemos, a humanidade é constituída pelo homem e pela mulher. Sendo assim, o homem nunca poderia ser inteiramente livre, mantendo a mulher arredada desses mesmos direitos, deixando-a subjugada no seu cantinho. Só ambos livres, um ao lado um do outro, poderão construir uma sociedade livre e mais justa. Tudo isto é do conhecimento geral, todavia ainda nos vamos confrontando com situações confrangedoras.

A Democracia só atingirá a sua plenitude quando reconhecer a todos os cidadãos iguais direitos. Isto, na verdade, está consagrado na lei, porém, ainda falta percorrer um longo caminho para que os seus ditames passem à prática efectiva. Basta olhar para a situação do desemprego que estamos a viver o qual não atinge, de igual modo, os dois sexos, nem muito menos todos os estratos sociais com iguais danos. Isto mostra bem a sociedade desequilibrada que temos.

Pese embora toda esta evolução, torna-se inevitável questionar a democracia que temos, sempre que abordamos este tema. E que democracia temos nós? Temos apenas e só uma democracia parlamentar representativa, com toda a ineficácia que bem sabemos. Para se atingir uma democracia em toda a extensão da palavra, ainda faltam muitos passos em frente. Consola-nos a ideia de que vamos dando um passo de cada vez, apesar de nem sempre ser no melhor sentido.

Voltando ao tema do dia internacional da mulher, será bom que todos tenhamos consciência de que é muito importante e positivo, para a sociedade, a evolução da mulher e isso não se mede apenas pelo trabalho que vem desempenhando. Mede-se também pelo contributo da sua inteligência emocional que pode dar, o que é muito importante.

Texto de Adriano Pacheco

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