domingo, 20 de dezembro de 2009

POEMA

Aldeia das Mestras

A NOVA CAUSOU DESNORTE


V


Nas Mestras ao fundo e a Norte



Era há muito venerada



Senhora da Boa morte



Deixou de ser festejada



A lenda foi praticada



Mas com um pouco de sorte



Creio não foi esborratada



Contudo menosprezada



A nova causou desnorte





Ernesto Rosa

SENTIR A POESIA

Por Adriano Pacheco

Sentir a poesia, é sentir um mundo onde podemos estar próximos do perfeito (ideal) que, de um momento para o outro podemos afastarmo-nos, no mais pequeno deslize. Não vivemos, não caminhamos sozinhos, mas poetizamos sozinhos tal como sentimos o vento de forma solene. Os momentos solenes e poéticos são únicos, raros.

A poesia é a arte de escutar. Ir além da palavra solta e ficar nas sílabas, nos sons, no puro som onde começa a poesia. Chegar aí, é entrar no patamar onde se sente o sussurrar do vento e a erosão mansa do tempo.

Esta experiência humana transportada anos sem fim, aproxima-nos, devagar e às escuras, do horizonte poético mais fundo. Do mais profundo de nós. A seguir temos duas sensibilidades distintas na forma de sentir a poesia. Vejamos:

UM ENTRE TANTOS

***

Sou um, entre tantos

Agarrado neste alvorecer

Labirinto onde me encontro

me enleio e livre me solto

No clarão do amanhecer

***

São sinais de vida e encanto

Num povo que se quer tanto

Paxiano

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O TEMPO NÃO MORRE



Escolhe o teu reino e fica
ao relento
Sobe ao penedo enquanto
navegas
Poisa o olhar no fundo
da ravina
Eleva-te nas ondas do espaço
E observa o tempo de cima

Liberta-te do chão que
te amarra
Num gesto de gratidão
Que o espaço solta, agarra
esquece, ou lembra
O mais belo da solidão

Depois, só o pensamento
viverá contigo
Onde tudo é tão estranho
sem medida nem tamanho
Tempo que não morre, nem...
se liberta vivo

O tempo não morre... não morre
Apenas se consome.

Poema cedido por Paxiano

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

POESIA " DOS CONVIDADOS PRESENÇA"

Hoje começo aqui uma nova etapa neste blogue.

Pois, foi com muito prazer que aceitei publicar aqui alguma poesia escrita por "poetas" desta terra. Pessoas que gostam de escrever aquilo que lhes vai na alma.

Como eu sempre gostei de poesia e também tento escrever qualquer coisa parecida com "poesia" desde pequena, é ainda com maior prazer que passo a partir de hoje a publicar toda a poesia, historias etc...que me queiram mandar e que de uma maneira ou de outra tenham a ver com gentes da nossa terra.


A poesia é um mundo de emoções que fervilha no interior de cada um de nós. Deixar despertar essas emoções, partilha-las com os outros e viver com eles esse mundo de fantasias.

Ler e escrever poesia é uma forma diferente de comunicar, transmitir o que vai dentro da nossa alma e ver/percepcionar o mundo envolvente.

Este poema foi escrito pelo Sr Ernesto Rosa, é um dos vários que o mesmo escreveu sobre o livro " Rasto dos Barrões" de Adriano Pacheco.

I

DOS CONVIDADOS PRESENÇA


Após síntese explana

Pelo senhor Engenheiro

Foi a minha alicerçada

Mote saiu do tinteiro


Havia que ler primeiro

Para de pois escrever

Desmatado o carreiro

Prevendo trilho manter


Não esqueci meu dever

Ao autor pedir licença

Respondeu ser um prazer

Acaso com pouca crença

Dos convidados em presença


Poema de Ernesto Rosa