terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O TEMPO DA QUARESMA


Quaresma: tempo de auto-reflexão

Amanhã iniciamos mais um tempo litúrgico forte, a Quaresma, tempo de preparação interior para a celebração das festas pascais. Esta será apenas mais uma Quaresma se não nos sentirmos motivados a "queimar" tudo o que é "lixo" na nossa vida. "Queimar" o pecado, as nossas teimosias, a nossa indiferença e comodismo. Se queimarmos os nossos defeitos, das cinzas renascerá uma vida nova. Uma Santa Quaresma

"A Quaresma é um período de 40 dias que tem início na quarta-feira de cinzas e se estende até a Páscoa – maior celebração religiosa da Igreja Católica, em que é relembrada a ressurreição de Jesus Cristo e a vitória sobre a morte.

Segundo a Bíblia, “Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias antes de enfrentar as tentações do demónio no deserto”. Na quarta-feira – um dia depois do Carnaval –, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis durante a missa. O significado desse gesto é lembrar a todos que um dia a vida termina, e que deve ser vivida intensamente, mas da melhor maneira possível. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”.

As cinzas nos fazem recordar que nossa alma estará diante de Deus para prestar contas de todos os actos logo após a nossa morte física. A começar dos nossos sentimentos, hábitos e pensamentos. A Quaresma é, portanto, um tempo de meditação, oração, jejum e caridade. Durante esse período, a Igreja convida-nos a meditar profundamente sobre a Bíblia e viver a mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cortar a TV ou alguma diversão, por exemplo) com a intenção de fortalecer o espírito e vencer as fraquezas da carne.

O que deve ser valorizado nessas atitudes não é o sacrifício em si, mas o fruto da conversão e o fortalecimento espiritual que ele traz. O tempo é de rever a vida e abandonar pecados, como orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, consumismo, gula, ira, inveja, preguiça e mentira. “Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”. "

domingo, 14 de fevereiro de 2010

FELIZ CARNAVAL


ENTRUDO (CARNAVAL) E AS SUAS TRADIÇÕES


O texto abaixo publicado vai estar a concurso na blogagem de Fevereiro em http://aldeiadaminhavida.blogspot.com/. Visite e vote no seu texto preferido.

As minhas filhotas quando eram mais pequenas

Na minha aldeia o Entrudo ou Carnaval como hoje é chamado vivia-se de forma simples. Procurava-se roupa e objectos velhos, algo que escondesse o rosto e de seguida brincava-se…

No dia de carnaval, durante a manhã as pessoas iam trabalhar para o campo. Quando regressavam para almoço era tradição comer o pé, a orelha e o bucho do porco. A seguir ao almoço todos se juntavam e corriam o Entrudo, mascarados de várias maneiras e encarvoados com ferrugem dos fornos de coser o pão ou da lareira.

Reuníamo-nos todos uns dias antes para combinar-mos de que maneira nos íamos mascarar. Tudo nos servia para fantasiar. Então, decidida qual a fantasia de cada um, começava o "assalto" á arca da roupa dos familiares, em busca dos adereços adequados, e cada qual se revestia da personagem escolhida. Uma era a noiva, outra a velhinha, os meninos vestiam-se de pedintes, velhos, coxos, marrecos, barrigudos, enfim … cada um se fantasiava nas suas personagens favoritas e conforme a roupa e a ocasião assim o inspirassem.
Também fazíamos espantalhos em tecido e palha para colocar na porta das pessoas na noite de carnaval. De manhã ao abrir a porta, o espantalho caía e as pessoas assustavam-se e gritavam. Outra das brincadeiras era prender as portas das casas dos vizinhos umas às outras com cordas. De manhã cedo lá estávamos nós a espreitar a reacção de cada um. Gerava-se logo ali um alvoroço tremendo:

- Ó tia Maria, Ó comadre, valha-me Deus, venha-me abrir a porta, ai aqueles malandros prenderam-ma. - Não posso! A minha está presa também. E lá ia um de nós abrir a porta, sem que ninguém nos visse. Na rua mais abaixo ouvia-se o grito da comadre Aiiiiiiiiiii -Tinha sido o espantalho que caiu em cima da tia Antónia e assustou-se.

Em cortejo pelas ruas da aldeia e das aldeias próximas, lá ia-mos nós visitando casa a casa onde tudo era permitido: Cantar quadras espirituosas sobre os habitantes dessas aldeias, atormentar as velhas e seduzir as novas!

Viva o António e a Maria
Pois, a ninguém fazem mal
A bebedeira é só uma
De Carnaval a Carnaval
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Ó Manuel tu és jeitoso
Cortejas uma bota feia
A tua mãe é marreca
O teu pai namora toda a aldeia
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Ó que rapariga tão bela
Tapa o rosto com um véu,
A mãe é a maior rameira
Os chifres do pai chegam ao céu.
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O que cachopa tão linda
Casada com um homem tão feio
Mais vale ficar a zeros
Do que tê-lo como travesseiro
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A identificação de cada um, era um dos segredos mais bem guardados, e os comentários dos vizinhos provocavam as mais engraçadas gargalhadas, ao nos confundirem uns com os outros. Então, como recompensa pela diversão proporcionada, todos nos ofereciam algum presente, geralmente coisas para comer, ou dinheiro, podiam ser ovos, chouriço, frutas, ou outros.
E o desfile findava no largo da aldeia, onde se fazia um lanche geral, com os presentes ganhos, no qual todos ríamos e contávamos vezes sem conta, as peripécias da tarde. No largo era colocado um pau (ou pinheiro) envolvido com muita palha, na ponta tinha um boneco de uma velha. Este era incendiado há meia-noite e fazia-se o enterro da velha. E assim chegava a hora da má-língua, todos tinham a liberdade de dizer o que não diziam ao longo do ano, fosse mal do vizinho ou do governo.

Oiça lá minha senhora
Se não anda com homem casado
Porque vai fora d`horas
Para o lado do adro…

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Lá tiveste que casar
Levaste a tua avante
Era melhor mãe solteira
Que um filho de cada amante…

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Os políticos de Portugal
Só sabem prometer é gritar
Assim que chegam ao poleiro
Para o povo se estão a borrifar.

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E era assim o Entrudo (Carnaval) dos meus tempos de juventude. Hoje é vivido de maneira bem diferente mas alegre também..

AS NOSSAS GENTES - II

Como é bom recordar o passado…
Obrigada Orlando Lourenço pelas fotos. Quem quiser pode partilhar as suas fotos, enviando-as para o meu e-mail eugenia-santacruz@hotmail.com , ou eugeniasantacruz1@gmail.com fotos de outros tempos para que atraves deste blog. possamos recordar as nossas gentes.


A antiga escola primária do Corterredor. Da Esquerda para a Direita: Orlando Lourenço, Mario Baeta a Sr. Professora, (não sei o nome) a Rosário e o Jose Lopes.


Estas fotos foram tiradas no caminho para o Cadafaz, quando estas belas raparigas iam à missa. Da esquerda para a direita: A Deolinda Lourenço, Lena e a Dulce.


Esta foto foi tirada na Cruz do Calvário que está à entrada da aldeia do Cadafaz.

Da esquerda para a direita: Deolinda Lourenço, Dulce e Lena, na crus pela mesma ordem José lopes e Orlando Lourenço



Estas fotos foram tiradas a caminho do Cadafaz. Da esquerda para a direita: Maria Augusta e José Lopes.


Foto do Rali que passava na lomba das Relvas pelos anos 80/83

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ROTA DA FARINHA E DA BROA

Embora este visita já tenha sido realizada à algum tempo, mas nunca é de mais lembrar o que se faz nas nossas aldeias.
Assim, publico aqui a visita realizada já algum tempo a nossa bela aldeia para que os visitantes deste blog possam recordar.

Visita guiada a Penacova, com visita ao Museu e Moinho Vitorino Nemésio da parte da manhã. Almoço regional junto ao rio Mondego. Da parte da tarde os participantes terão oportunidade de aprender ou reviver o fabrico tradicional da broa na região centro na povoação do Lorvão, onde existe um forno comunitário com cerca de 600 anos de história, feito pelas Freiras do Mosteiro do Lorvão.
Enquanto as broas cozem no forno, visita-se moinhos em funcionamento na Serra de Gavinhos (moinhos de vento) ou na ribeira do Lorvão (moinhos de água). No final cada participante leva uma broa para casa e realiza-se um lanche à porta do forno. Oportunidade ainda de conhecer o fabrico artesanal de palitos e o Mosteiro do Lorvão.


Enquanto as broas cozem no forno, visita-se moinhos em funcionamento na Serra de Gavinhos (moinhos de vento) ou na ribeira do Lorvão (moinhos de água). No final cada participante leva uma broa para casa e realiza-se um lanche à porta do forno. Oportunidade ainda de conhecer o fabrico artesanal de palitos e o Mosteiro do Lorvão.

E ouvir dizer que a broa cozida pela D. Emília estava uma delicia, não admira pois eu já tive o privilégio de a provar e é mesmo muito boa.